Não sabia por quê, nem como e nem o quê a mantinha ali. Só sabia que precisava continuar, como se uma coisa muito feia pudesse acontecer caso saísse, o que era uma coisa inventada de sua própria cabeça, pois nada nem ninguém a obrigava a ficar. Alguns até a aconselharam a sair e tentar a sorte, mas quem disse que ela ouvia? Só ouvia sua imaginação e essa gritava tanto que ouvia distorcidamente o que os outros diziam. Então ela ficava ali, imaginando como seria sair e viver, mas com medo desse tal viver ser a coisa muito feia.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Postado por Valéria A. às 15:44 4 comentários
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Ela sonhava muito. Talvez esse era seu maior defeito. Ela conhecia alguém e no instante seguinte já imaginava uma vida com ela. Criava até possíveis diálogos imaginando quais assuntos iriam agradar. Imaginava todos os encontros e desencontros que pra ela, a vida iria reservar. Via filmes e percebia nos personagens características tão parecidas que até ria, de tão boba que era. Presenciava situações legais e já pensava em como seria se a pessoa estivesse ali também. Ouvia música e cantava e dançava, como se a estivesse olhando ou se passaria a olhar. Ela era uma boba sim. Ela acreditava no futuro que teria com as pessoas sim, apesar de quase sempre estar errada, mas era tão reconfortante imaginar, que continuava imaginando e sonhando e amando as pessoas às escondidas. Um dia iria encontrar alguém que imaginava como ela, e todos os sonhos e imaginações iriam sair de dentro dela e existiriam para ela. Por isso também era uma boba, acreditava tanto no que imaginava, que às vezes se perdia e não sabia se tinha vivido ou imaginado. Era cansativo demais tentar separar. Então ela ria e voltava a imaginar, viver. Era uma boba, essa menina!
Postado por Valéria A. às 10:33 7 comentários