Só queria dizer que apesar, apesar de tudo, a vida pode ser bonita. Ser bonita não é sinônimo de ser alegre, há uma certa melancolia na beleza que eu vejo. Não existe mais urgências no feliz para sempre. Na verdade, o feliz para sempre se tornou um feliz em alguns momentos, um feliz por segundo, um feliz por olhar, um feliz por abraço e todas essas pequenas felicidades que não são eternas, mas podem ser rotineiras.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Me impressiona o tanto de dor que um coração pode suportar e ainda assim continuar a bater. Me impressiona a batalha diária que um corpo, uma pessoa, um ser humano totalmente machucado, consegue ganhar ao tentar não chorar. E conseguir. Rir até. É fácil enganar o mundo, as pessoas que realmente não querem saber. Mas tem aquelas, pouquíssimas, que sentem a sombra em cada sorriso, em cada olhar, em cada gesto. Não posso condenar o resto do mundo por não me entender, já que por muito tempo essa foi a tarefa mais árdua que tive. Mas posso exaltar aqueles que, ao menos, se esforçam. O pior, o que dói mesmo, o que me faz faltar o ar, é que tudo isso que sinto e me destrói não tem solução. É como se fosse uma montanha-russa de sentimentos, estou subindo, vou conseguir seguir, está tudo bem e quando menos espero, começo a cair de um abismo que não me deixa ver o fim. Acho que minha vida sempre foi assim, altos e baixos muito distintos. Só que cansa apanhar tanto. Um dia desses percebi que só andava curvada, olhando pro chão, rápido. Percebi na minha postura, o peso que carregava dentro de mim. Me vi não conseguindo olhar nos olhos de ninguém. Me vi tão necessitada de abraços, de um colo, de um lugar confortável para estar. É difícil assumir tal posição, de necessitada. Logo eu, que nunca quis precisar de ninguém e sempre quis que precisassem de mim, aqui, no chão, implorando pra alguém me tirar desse poço que a cada dia afunda mais.
p.s. Tudo passa. Nada é eterno. Aceitemos.
Postado por Valéria A. às 15:09 1 comentários