De repente, quando já não esperava mais nada, lhe apresentaram um moço. Ele parecia um príncipe, só que príncipes não existem e ela logo desanimou. Sua vida andava meio atrapalhada, meio sem rum e ela nem prestou muita atenção nele. Dizem que príncipes só são nobres no título, que aqueles do conto de fadas não existem mais e era um desses que tanto sonhava. Então, ela e o tal moço que parecia um príncipe, se encontraram mais uma vez. A vida é assim, faz as pessoas se encontrarem ao acaso, uns chamam isso de destino, mas você pode chamar do que quiser. O encontro foi assim, na fila do supermercado, em pleno dia de promoção, isento de qualquer romantismo imaginado. Mas esse foi só a descrição do ambiente, o que importa mesmo é o que estava acontecendo dentro deles. O que era, eu não sei explicar, acho que nem eles. Disseram que foi um reconhecimento, que seus corações se reconheceram. Isso existe? Nunca ouvi falar de corações que se reconhecem, ainda mais em segunda vista. Mas se reconheceram, acredite se quiser. Dizem que o mundo em volta passa a não ter importância, mas eu não sei, nunca reconheci outro coração. Ela, sim, desceu até uma lágrima de seus olhos que nem tentou limpar, aquilo era a felicidade saindo dela. Agora me diz, quem teria coragem de limpar qualquer felicidade? Eu não tenho, tento até fazer com que ela dure o máximo possível. Mas, voltando a moça, ao príncipe, ao reconhecimento... Eles não sabiam o que fazer diante de tal situação. E não fizeram. Chegou a vez da moça no caixa, ela pagou, olhou pela última vez e foi embora pensando "Príncipes não existem, não existem..." O que ela não sabia é que príncipes existiam sim, mas ai o tal destino já tinha desistido dela.
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2 comentários:
Quase acreditei na moça. Quase.
A moça não pode é desistir, mesmo que nem o destino ajude.
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